"Guerreiros não morrem jamais! São Jorge, olhai por nós! Salve Morro da Casa Verde, 50 anos de glória."
INTRODUÇÃOO enredo presta uma homenagem a todos que de alguma forma deixaram registrado a sua história de luta, força e fé, deixando um grande legado, sendo assim jamais morrerão. É claro que aqui não caberiam todos, mas através dos escolhidos representaremos os sentimentos de todos.SETOR 01 - O VERDE DE CHICO MENDESChico Mendes foi criado na floresta Amazônica sem jamais frequentar uma escola e tendo de trabalhar desde os cinco anos de idade como seringueiro, Chico Mendes foi responsável pela mais eficaz militância ecológica já ocorrida no país, tornando-se símbolo mundial. Um guerreiro na luta pela preservação da fauna e flora amazonense para evitar a devastação da floresta e conservar o modo de vida dos habitantes locais, quer fossem índios, seringueiros ou ribeirinhos. Pregrava a sua organização pacífica com os pecuaristas e a criação das reservas extrativistas: áreas protegidas para uso e fruto da população que vive da exploração de recursos materiais renováveis e que deve, por lei, combinar preservação ambiental e desenvolvimento ecológico e tecnológico. Chico Mendes anunciou que seria morto em função da sua luta pela preservação da Amazônia e buscou proteção, mas as autoridades não deram atenção. Chico Mendes foi assassinado aos quarenta e quatro anos na porta dos fundos da sua casa. Após a morte de Chico Mendes, mais de trinta entidades sindicalistas, religiosos políticos de direito humanos e ambientalistas, se juntaram para formar o comitê Chico Mendes. Assim a sua história continua, guerreiros não morrem jamais.
SETOR 02 - CLARA NUNESGuerreira,música inesquecível na voz de Clara Nunes, um ser de luz que imortalizou-se como a grande guerreira da música popular brasileira. Essa grande guerreira filha de ogum com iansã nos deixou muito cedo, mas deixou para sempre sua história de luta, de fé e suas canções. Obras que para sempre serão lembradas. Aqui citaremos algumas como: Portela na avenida, Marinheiro só, Guerreiros de Oxalá, Canaviá e Canto das três raças. Clara Nunes viveu trinta e nove anos, uma pena, mas foi o suficiente para escrever o seu nome na história. Considerada a maior cantora de samba que o Brasil já teve. Salve Clara, axé guerreira.
SETOR 03 - VALEU ZUMBI! GUERREIRO DA LIBERDADEZumbi dos Palmares, o grande guerreiro dos quilombolas, um líder, símbolo da resistência e luta contra a escravidão no Brasil. Zumbi nasceu livre nos palmares no ano de 1655, em Alagoas na Serra da Barriga divisa com Pernambuco, mas foi capturado e entregue a um português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado (Francisco) Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar das tentativas de torná-lo civilizado Zumbi escapou em 1670 e com 15 anos foge para o Quilombo dos Palmares. 1675, na luta contra os soldados portugueses, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. 1678, à Pedro de Almeida, governador da capitânia de Pernambuco, mais interessa a submissão do que a destruição de palmares, ao chefe Gangazumba, propõe a paz e a alforria para todos os quilombolas, Gangazumba aceita, Zumbi é contra e não admite que os negros sejam libertos e outros continuem escravos. 1680, Zumbi o grande guerreiro impera em palmares e comanda a resistência contra os soldados portugueses. 1694, apoiados pela artilharia, Domingos Jorge Velho e Vieira de Melo comandam o ataque final contra Palmares, embora ferido, Zumbi consegue fugir. 1695, vinte de novembro: denunciado por antigo amigo, Zumbi é localizado, morto e degolado. Valeu Zumbi, nosso símbolo de resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade, de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil colonial. O dia vinte de novembro é lembrado e comemorado em todo o território nacional, como Dia da Consciência Negra, valeu Zumbi.
SETOR 04 - MORRO DA CASA VERDE 50 ANOS DE GLÓRIA, GUERREIRA DO CARNAVAL. SÃO JORGE OLHAI POR NÓSO Morro da Casa Verde foi fundado em 06/04/1962, pelo sambista guerreiro José Narciso Nazareth, o Sr. Zezinho, o famoso "Zé do Banjo" um do sambistasmais respeitados nas rodas de samba de São Paulo e escolheu São Jorge Guerreiro como padroeiro da escola. As cores da escola foram escolhidas pelo seu fundador. Ele era Mangueirense e resolveu homenagear sua escola de coração. A Estação Primeira de Mangueira é madrinha do Morro. Daí a origem das cores verde e rosa. O nome da escola Morro da Casa Verde se deve ao fato de, na época da fundação, no local onde ela nasceu, havia uma ponte de madeira e ao chegar à ponte, só existia uma casinha, bem no morro de cor verde. Da mesma origem é a idéia do emblema da escola. O Morro é uma das escolas de samba mais tradicionais da cidade, tendo participado do primeiro desfile organizado em São Paulo em 1968. Vale ressaltar que seu fundador o Zé do Banjo, devido as dificuldades fazia todos os instrumentos da bateria da escola, especialmente "banjos" sua especialidade, que inclusive passou a fornecer para o mercado do samba. Na década de 1970, oscilou entre os grupos 1 e 2. Nos anos 80 teve uma recaída e ficou entre os grupos 2 e 3, no ano de 1983 já muito doente "Zé do Banjo" reconhecendo as dificuldades da escola, pede a sua filha Laurinete Nazareth da Silva "Dona Guga" que assuma a presidência da escola e não deixe a escola acabar, passando a ela um grande legado, a escola de samba! Daí nasce a grande guerreira assumindo a presidência da escola com o auxílio de filhos e netos, começou a grande batalha para reerguer a escola. Em 1989, para a tristeza da família Zé do Banjo veio a falecer, embora muito abalada Dona Guga e sua família não se deixaram abater dando seguimento aos desejos de seu pai, seguindo com a garra de fazer o Morro da Casa Verde crescer. Com muita luta, passou a desfilar nos grupos 2 e 1, fazendo grandes carnavais no Morro, chegando no ano de 2000 ao grupo especial, com o vice campeonato no grupo 1 de 1999 e apoiada por sua comunidade guerreira. A história da escola, que é dirigida por gerações de uma mesma família teve momentos marcantes. Não fosse a teimosia, a garra e a fé de Dona Guga em seu santo protetor São Jorge Guerreiro padoeiro da sua escola, talvez hoje o Morro da Casa Verde não estivesse desfilando nas passarelas do samba, já que chegou a ser ameaçada de extinção devido as grandes dificuldades que graças a Deus e a Dona Guga guerreira, perseverante hpje completa 50 anos de glória e grandes carnavais. Valeu Zé do Banjo, valeu Dona Guga, Guguinha. Guerreiros não morrem jamais e seu legado continua. São Jorge olhai por nós, guerreiros do carnaval, amém!!!
ORAÇÃO A SÃO JORGEEu andarei vertido e armado com as armas de São Jorge para que os meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamento eles possam me fazer o mal, armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, córregos e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar... Por isso glorioso São Jorge olhai por nós guerreiros do carnaval, do Morro da Casa Verde, amém.