Por: João Santoro e Rodrigo Coutinho
- O enredo da Rocinha vai passear por algumas praças, mas o conteúdo delas é o que interessa. Começaremos com Ágora, na Grécia, para falar do espírito da democracia e de como essa praça ajudou um povo a se articular. A partir daí nos lançamos para o Brasil. No segundo setor vamos falar do surgimento de uma cidade através da praça. Você pega uma igreja, constrói uma pracinha, o povo vai se juntando em volta, aparece comércio, moradia, e assim se forma uma cidade no Brasil - explica o carnavalesco.
O convívio social das praças urbanas aparecerá no terceiro setor. Serão mostrados os diferentes personagens que habitam o espaço: mendigos, crianças, idosos e etc. Logo depois será a vez de falar da Praça da Juventude, um projeto criado pelo Ministério do Esporte em 2007, que visa levar equipamentos esportivos públicos qualificados para a população.
- É uma praça que fala do fim do poder público tomando o espaço como plataforma política: aquela coisa chata de construir um projeto social e no final das contas não ser seguido. Esta praça não, ela é fantástica, maravilhosa. Busca a formação de atletas olímpicos para o Brasil – elogia Luiz Carlos Bruno, que considera este o seu setor predileto no desfile da Rocinha.
O final do desfile da escola de São Conrado promete lançar um alerta para a forma como os brasileiros lidam com a própria democracia. A praça em questão será a dos Três Poderes, em Brasília. O carnavalesco lembra que o brasileiro precisa aproveitar a liberdade de expressão proporcionada pela democracia de nosso país.
- Vamos fazer uma grande passeata e chegar à Brasília, aos Três Poderes. Veremos tudo o que já aconteceu ali. Nós usamos muito pouco essa praça para reivindicar os nossos direitos. Vivemos num país onde os atuais governantes são os ex-manifestantes, então o povo precisa entender isso. Acho que esse setor é bem aguerrido. O último carro trará uma surpresa bem legal. Será um forma bem criativa de falar de protesto.
Diretor de carnaval por origem no mundo do samba, Luiz Carlos Bruno trabalhou na Unidos da Tijuca durante muito tempo alternando-se entre essa função e a de diretor de barracão. Ele lembra que o desfile da Rocinha de 2012 foi planejado para que os quesitos de 'chão' fossem privilegiados. Amigo particular de Jorge Mariano, diretor de carnaval da Rocinha, Bruno garante que não se mete nas atribuições da função do amigo, mas crê que a vivência no cargo acaba ajudando-o em seu trabalho como carnavalesco.
- Eu não entro muito nas áreas que não me pertencem. Procuro me segurar como carnavalesco. O Mariano é meu amigo pessoal e excelente profissional. No ano passado ele não pôde assumir o cargo e deu no que deu. Tive carros incompletos e muita dificuldade para montar a escola na Avenida. Este ano ele virá de frente e isso me tranquiliza. Me ajuda a ter noção, não dar uma de louco.
Luiz Carlos Bruno começou como carnavalesco na Unidos da Tijuca em 2007, logo após a saída de Paulo Barros para a Viradouro. A manutenção em parte do estilo adotado pelo revolucionário carnavalesco foi implementada por Bruno em seus primeiros anos assinando carnaval na escola do Borel. Tal fato fez com que seu estilo seja confundido até hoje com o de Paulo Barros.
- Levo uma sombra danada. Acho que nossos trabalhos são muito confundidos. O Paulo Barros tem uma leitura bem diferente da minha. Usar pessoas em cima de carro é algo que já foi feito. O Paulo usou uma sincronia muito legal, algo diferente, que o Osvaldo Jardim já usou. Em 1999, ele fez uma bandeira do Brasil, com os componentes montando as cores. Eu sou mais engraçado, gosto da piada. O Paulo é mais arrojado, gosta da tecnologia e é muito feliz com isso.
A Rocinha levará cinco alegorias e apenas o tripé que servirá de base para a coreografia da comissão de frente, que tem Sérgio Lobato como mentor. O coreógrafo recebeu muitos elogios do carnavalesco, que revelou que a comissão da Rocinha literalmente colocará o nome de diversas pessoas na praça. O trabalho será pautado na irreverência e a mesma qualidade apresentada pelo grupo no ano passado pode ser esperado novamente.
Entre as alegorias da Rocinha, a predileta de Luiz Carlos Bruno é a quarta, que retratará a Praça da Juventude. O carnavalesco revelou que os quatro ângulos de visão do carro serão diferentes, não existirá visão estática dele. O abre-alas, de acordo com Bruno, também chamará a atenção. Ele mostrará Ágora, expressão máxima da esfera pública grega, e, como o próprio se refere: 'tem mais cara de carnaval'.
Buscando melhorar a nona posição que quase custou o rebaixamento para o Grupo de Acesso B no ano passado, a Acadêmicos da Rocinha falará do espírito despertado pelas praças ao redor do mundo. O enredo é do carnavalesco Luiz Carlos Bruno, que, em seu segundo ano consecutivo à frente do carnaval da escola, começará e terminará o desenvolvimento do enredo envolto na democracia, seja a iniciada em Ágora, na Grécia, seja a da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
- O enredo da Rocinha vai passear por algumas praças, mas o conteúdo delas é o que interessa. Começaremos com Ágora, na Grécia, para falar do espírito da democracia e de como essa praça ajudou um povo a se articular. A partir daí nos lançamos para o Brasil. No segundo setor vamos falar do surgimento de uma cidade através da praça. Você pega uma igreja, constrói uma pracinha, o povo vai se juntando em volta, aparece comércio, moradia, e assim se forma uma cidade no Brasil - explica o carnavalesco.
O convívio social das praças urbanas aparecerá no terceiro setor. Serão mostrados os diferentes personagens que habitam o espaço: mendigos, crianças, idosos e etc. Logo depois será a vez de falar da Praça da Juventude, um projeto criado pelo Ministério do Esporte em 2007, que visa levar equipamentos esportivos públicos qualificados para a população.
- É uma praça que fala do fim do poder público tomando o espaço como plataforma política: aquela coisa chata de construir um projeto social e no final das contas não ser seguido. Esta praça não, ela é fantástica, maravilhosa. Busca a formação de atletas olímpicos para o Brasil – elogia Luiz Carlos Bruno, que considera este o seu setor predileto no desfile da Rocinha.
O final do desfile da escola de São Conrado promete lançar um alerta para a forma como os brasileiros lidam com a própria democracia. A praça em questão será a dos Três Poderes, em Brasília. O carnavalesco lembra que o brasileiro precisa aproveitar a liberdade de expressão proporcionada pela democracia de nosso país.
- Vamos fazer uma grande passeata e chegar à Brasília, aos Três Poderes. Veremos tudo o que já aconteceu ali. Nós usamos muito pouco essa praça para reivindicar os nossos direitos. Vivemos num país onde os atuais governantes são os ex-manifestantes, então o povo precisa entender isso. Acho que esse setor é bem aguerrido. O último carro trará uma surpresa bem legal. Será um forma bem criativa de falar de protesto.
Diretor de carnaval por origem no mundo do samba, Luiz Carlos Bruno trabalhou na Unidos da Tijuca durante muito tempo alternando-se entre essa função e a de diretor de barracão. Ele lembra que o desfile da Rocinha de 2012 foi planejado para que os quesitos de 'chão' fossem privilegiados. Amigo particular de Jorge Mariano, diretor de carnaval da Rocinha, Bruno garante que não se mete nas atribuições da função do amigo, mas crê que a vivência no cargo acaba ajudando-o em seu trabalho como carnavalesco.
- Eu não entro muito nas áreas que não me pertencem. Procuro me segurar como carnavalesco. O Mariano é meu amigo pessoal e excelente profissional. No ano passado ele não pôde assumir o cargo e deu no que deu. Tive carros incompletos e muita dificuldade para montar a escola na Avenida. Este ano ele virá de frente e isso me tranquiliza. Me ajuda a ter noção, não dar uma de louco.
Luiz Carlos Bruno começou como carnavalesco na Unidos da Tijuca em 2007, logo após a saída de Paulo Barros para a Viradouro. A manutenção em parte do estilo adotado pelo revolucionário carnavalesco foi implementada por Bruno em seus primeiros anos assinando carnaval na escola do Borel. Tal fato fez com que seu estilo seja confundido até hoje com o de Paulo Barros.
- Levo uma sombra danada. Acho que nossos trabalhos são muito confundidos. O Paulo Barros tem uma leitura bem diferente da minha. Usar pessoas em cima de carro é algo que já foi feito. O Paulo usou uma sincronia muito legal, algo diferente, que o Osvaldo Jardim já usou. Em 1999, ele fez uma bandeira do Brasil, com os componentes montando as cores. Eu sou mais engraçado, gosto da piada. O Paulo é mais arrojado, gosta da tecnologia e é muito feliz com isso.
A Rocinha levará cinco alegorias e apenas o tripé que servirá de base para a coreografia da comissão de frente, que tem Sérgio Lobato como mentor. O coreógrafo recebeu muitos elogios do carnavalesco, que revelou que a comissão da Rocinha literalmente colocará o nome de diversas pessoas na praça. O trabalho será pautado na irreverência e a mesma qualidade apresentada pelo grupo no ano passado pode ser esperado novamente.
Entre as alegorias da Rocinha, a predileta de Luiz Carlos Bruno é a quarta, que retratará a Praça da Juventude. O carnavalesco revelou que os quatro ângulos de visão do carro serão diferentes, não existirá visão estática dele. O abre-alas, de acordo com Bruno, também chamará a atenção. Ele mostrará Ágora, expressão máxima da esfera pública grega, e, como o próprio se refere: 'tem mais cara de carnaval'.
No ano passado, a Rocinha trouxe cerca de 800 pessoas fazendo coreografias em suas alegorias. Este ano, redução drástica, 200 pessoas serão responsáveis pela teatralização dos carros alegóricos. Luiz Carlos Bruno garante que nenhum componente virá 'batendo palminhas' e que a decisão faz parte da mudança idealizada pela diretoria comandada pelo presidente Déo Pessoa: uma Rocinha mais comunidade.
- Participo bastante. É uma escola que entrei, mas que acompanho a vida desta diretoria há muito tempo. Já falava anteriormente da parte dura. Que não tinha comunidade, era linda, rica, mas não funcionava na Avenida. Não é só o Déo Pessoa, é um grupo que assumiu essa responsabilidade. Quando vim para cá, no ano passado, trouxe a responsabilidade de trazer muitas pessoas. Das 1.700 pessoas que desfilaram, 1.100 eram minhas. Não sabíamos o que ia acontecer na Avenida. Este ano, vai uma Rocinha mais Rocinha, isso é essencial. Comunidade é quem ensaia, não é o morador. As grandes escolas hoje tem componentes de todo o Rio de Janeiro. Comunidade é quem ensaia nos dias e horários marcados.
A Rocinha será a segunda escola a desfilar no sábado de carnaval. A agremiação de São Conrado foi campeã do Grupo de Acesso A em 2005.
- Participo bastante. É uma escola que entrei, mas que acompanho a vida desta diretoria há muito tempo. Já falava anteriormente da parte dura. Que não tinha comunidade, era linda, rica, mas não funcionava na Avenida. Não é só o Déo Pessoa, é um grupo que assumiu essa responsabilidade. Quando vim para cá, no ano passado, trouxe a responsabilidade de trazer muitas pessoas. Das 1.700 pessoas que desfilaram, 1.100 eram minhas. Não sabíamos o que ia acontecer na Avenida. Este ano, vai uma Rocinha mais Rocinha, isso é essencial. Comunidade é quem ensaia, não é o morador. As grandes escolas hoje tem componentes de todo o Rio de Janeiro. Comunidade é quem ensaia nos dias e horários marcados.
A Rocinha será a segunda escola a desfilar no sábado de carnaval. A agremiação de São Conrado foi campeã do Grupo de Acesso A em 2005.