Imperatriz Leopoldinense arrepia a Sapucaí
Bernardo Moura | Carnaval | 29/01/2012 01h25
Mesmo não falando de Bahia diretamente no enredo, a Imperatriz Leopoldinense encarnou a baianidade no seu primeiro ensaio técnico realizado nesta noite, 28 de janeiro. Os baianos 'natos' mestre Noca, Luiza Brunet, dir de Carnaval, Wagner Araújo, o carnavalesco, Max Lopes, o casal Raphaela e Phelipe, o intérprete Dominguinhos do Estácio, o coreógrafo Alex Neoral e, claro, os demais 2.000 componentes fizeram o show ficar completo.
Falando sobre o escritor imortal, Jorge Amado, a escola de Ramos causou choros, emoções e mostrou que vem muito forte para conquistar o título do Carnaval 2012.
Pouco antes do ensaio começar, pode se ver que o setor 3 estava repleto de torcidas organizadas da agremiação. Elas, com bandeiras e bolas nas cores da escola, soltaram chuva de papéis picados e bolas de sabão.
Enquanto esta festa acontecia na arquibancada, na concentração, no meio da bateria Swing da Leopoldina, surgiram fogos de artifício. Era o truque que a mesma reservava ao público que iria conferir o tal 'swing" em instantes. Logo depois, a rainha Luiza Brunet, com uma roupa que lembrava Yemanjá, apreceu toda sorridente e foi sambar com os ritmistas.
Minutos antes de começar o ensaio para valer, o intérprete 'baiano' Dominguinhos entoou sambas antigos da escola. Inclusive o samba 'O que a Bahia Tem?', de 1980, em que a escola foi campeã. O cantor Elymar Santos, leopoldinense de coração, ressaltou exatamente isso ao SRZD-Carnaval.
"Sempre que a Imperatriz fala sobre a Bahia, ela é campeã. Espero que este ano não seja diferente", declarou.
A baianidade invadiu a Sapucaí às 22h58. O público que estava tímido, apareceu em peso em algumas arquibancadas. A comissão de frente, do coreógrafo Alex Neoral, mostrou alguns movimentos oficiais. Em uma determinada parte do samba, eles pediam palmas do público presente.
Um costume que já estava quase esquecido no Carnaval, mas que a escola foi lá e resgatou, foi a não vinda do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe e Raphaela, logo atrás da comissão. Eles vieram na frente da bateria. Nos movimentos do casal, pode ser percebido que havia um axé na apresentação aos julgadores. A porta-bandeira, Raphaela, entrou no clima e apareceu com trancinhas nagô e fitas na cabeça, como uma típica baiana.
Os componentes da escola de Ramos vieram empolgados. Pompons, bandeiras, bolas, chapéus e até prendedores de cabelo em tons verde e branco eram vistos na pista de desfiles. Eles faziam coreografias e dancinhas em várias partes do samba de Jeferson Lima, Ribamar, Alexandre D'Mendes, Cristovão Luiz e Tuninho Profesor.
Quando a bateria estava no primeiro recuo, foi efetuada uma paradinha que atravessou o samba e os componentes pararam de cantar. Os diretores de harmonia perceberam e incentivaram os componentes a parte certa da letra do samba com "Vai!Vai".
A evolução saiu um pouco prejudicada. Em frente à segunda cabine de jurados, na apresentação do casal, as alas da frente andaram um pouco além do esperado, e formou um clarão na pista. Sem que os guardiões do casal pudessem dar conta do espaço. Além disso, poucas alas estavam desorganizadas.
O ponto alto do ensaio foi quando a bateria, do 'baiano' Noca, realizou uma paradona de mais de dois minutos (numa passada toda do samba). Ela aconteceu em frente à segunda cabine de jurados fazendo a comunidade e o público cantarem ainda mais. Outra coisa também foi a presença de timbales e tantans. Eles deram o gingado baiano preciso ao samba.
Confira a Swing da Leopoldina:
Sem deixar de esquecer dos olhos atentos de Max Lopes, o perpasseio incentivador entre as alas de Wagner Araújo, e a baianidade vocal ecoando por toda a Sapucaí de Dominguinhos do Estácio.
Os fogos de artifício que foram soltos lá na concentração, também foram soltos quando a bateria estava no segundo recuo e em frente à ultima cabine do júri.
No final, em clima de festa, parecendo a folia baiana, a Imperatriz terminou seu ensaio com 1h20min, deixando um gostinho de quero-mais ao público.
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