Rosa Magalhães é formada em Pintura e Cenografia e, este ano, completa 29 carnavais com seis títulos, sendo cinco pela Imperatriz e um pela Império Serrano com o inesquecível enredo "Bumbum Paticumbum Prugurundum".
Prestes a completar dois anos na Vila Isabel, a carnavalesca, em entrevista ao Metro Rio, promete levar a alegria de Angola para o Sambódromo com o enredo "É você semba lá... que eu sambo cá! O canto livre de Angola".
Como foi a escolha de Angola como enredo?
A ideia é do Martinho (da Vila). Martinho traz cantor de lá, leva cantor pra lá. Ele chegou e falou: "Vamos fazer Angola?". E eu respondi: "Vamos fazer Angola, compadre!"
Você tem como característica se aprofundar sobre o tema, como foi com esse?
Trabalhei com o Alex Varela (historiador) que foi até Angola. Eu não tive tempo, então fiquei aqui lendo muito. Você, às vezes, lê um livro inteiro para pegar uma ideia, uma inspiração.
E o que você viu de interessante nessa história?
Angola possui uma histó- ria paralela com o Brasil. Quando fomos colonizados pelos portugueses, eles também foram. Quando fomos invadidos pelos holandeses, eles também foram. Só a independência deles que é bastante recente.
Qual mensagem pretende passar?
De uma grande troca. Vieram quatro milhões de angolanos para cá. Ao chegarem no porto do Rio, ganharam nome novo e falaram para eles esquecerem tudo. Mas é impossível! As famílias foram separadas, mas o povo se juntou pela cultura, pela música, pelo samba.
Como está sendo o seu segundo ano na Vila Isabel?
Cada escola é uma escola. Tem seu jeito, sua forma de trabalhar. O carnavalesco+ tem que se adaptar.
Ano passado algumas pessoas estranharam você ter usado carros grandes, como vai ser este ano?
Nós estamos no limite da curva. Mais do que estamos não vira e não entra na avenida.
A Vila vai desfilar de manhã. Isso é um problema?
Não. Está bom! Não tem horário. Se tiver que ganhar, ganha. Queremos ganhar e torcemos por isso. Não tem problema com o horário. Usaremos mais cor, vai ficar mais alegre.
Outra característica sua é o cuidado com o acabamento...
Estamos avançando no acabamento. No desfile tem uma parte africana que já possui um acabamento diferenciado. É muito difícil fazer uma coisa nova, mas tentamos.
Como seria esse acabamento?
Ah! Tem uns truques aí que não posso revelar.
Alguma outra surpresa?
Algumas coisas sim. Toda escola guarda. Mas teremos o Martinho no final da escola, como uma homenagem a ele que proporciona essa troca. O Martinho é um ícone dessa escola e cativa a todos quando aparece.
O que podemos esperar da Vila Isabel em 2012?
Em Angola, o povo vai para a rua. A festa mais elitizada é dentro de casa, de clube. A rua é do povo. Logo quando [a rua ] acaba de ser construída, o povo já a toma para si. Quero levar essa festa do povo para a grande rua do Rio, a Marquês de Sapucaí.
Fonte: http://www.band.com.br/bandfolia/noticias/?m=100000478968