Para a atual campeã dos desfiles, proteção nunca é demais
RIO - Um pequeno espaço dentro da sala de criação da comissão de carnaval da Beija-Flor, na Cidade do Samba, esconde um segredo dos deuses. Fran-Sérgio, um dos carnavalescos da escola, montou um eclético altar que não tem falhado na hora de dar uma força extra para a atual campeã dos desfiles. As bonecas ciganas, numa referência às origens de Fran-Sérgio, misturam-se a imagens de santos. Este ano, houve um reforço especial: uma das homenageadas no enredo da agremiação de Nilópolis, a mangueirense Alcione, a Marrom, doou o São José de Ribamar que tinha em sua casa para apoiar a azul-e-branco:
— A Mangueira sabe que sempre sou Mangueira. Mas a Beija-Flor está fazendo este ano a delicadeza de homenagear a minha terra (São Luís do Maranhão), que completa 400 anos. Eu me sinto honrada.
Também nome de um município, São José de Ribamar é considerado o santo protetor dos maranhenses. A Marrom ressaltou que Laíla, diretor de carnaval da Beija-Flor, emocionou-se com a doação:
— Descobri que Laíla é de Xangô, equivalente no candomblé ao santo que doei.
No altar da Beija-Flor, há outros dois presentes. No ano em que homenageou Brasília, o carnavalesco Fran-Sérgio recebeu uma imagem de Dom Bosco, padroeiro da cidade. Recentemente, a Acadêmicos do Campo de Galvão, escola-irmã da Beija-Flor, de Guaratinguetá, interior paulista, doou uma imagem de Frei Galvão.
No carnaval, o espaço místico, que além de imagens tem um baú com adaga cigana e cartas de tarô, ganha flores.
— A proteção tem que estar sempre por perto — ressalta Fran-Sérgio.
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