ENTREVISTA COM O CARNAVALESCO DA MANGUEIRA, CID CARVALHO


“Vou trabalhar até o último minuto, até ver a Mangueira fazer a curva da Sapucaí” - O carnavalesco CID CARVALHO fala com emoção da realização de um sonho: estar na Mangueira!



Foto: Roberto Filho - Ag News Zoom



TNVR: Qual sua formação e em que ano você começou a trabalhar com carnaval?

Cid: A minha formação é Administrador de Empresa, e sempre fui apaixonado por carnaval. No ano de 1989, resolvi conhecer de perto o trabalho de Joãosinho 30, e ao chegar lá foi que me dei conta que aquele era meu mundo, eu queria fazer parte daquilo tudo, daquele universo. Foi como se eu tivesse finalmente me encontrado , era aquilo que eu queria pra minha vida! Literalmente chutei o pau da barraca, larguei o emprego, larguei minha carreira de administrador e fui trabalhar com ele, no ano do “Ratos e Urubus”, e fiquei com ele até 1992. Joaosinho era um artista na essência, com ele era na base da intuição, era na prática que ele “sentia” as coisas; não tinha muito de projeto, de desenho, nada disso. Em 1993, ele não fez carnaval, então fui trabalhar com Rosa Magalhães na Imperatriz, e me deparei com um outro universo, uma nova mentalidade. Ela é formada em Belas Artes, é altamente técnica, foi com quem aprendi a projetar um carnaval, a preparar tudo antes, guardar, e somente depois então aplicar na alegoria, depois dela devidamente forrada e preparada para os acabamentos. Fui privilegiado por ter tido esse início com duas pessoas tão diferentes e tão geniais: J30 e sua essência pura do significado da palavra artista, carnavalesco, com quem vivi o que chamo de “loucura do carnaval”, e Rosa Magalhães essa sumidade que beira a perfeição no que diz respeito a cuidar do acabamento, do detalhe. Me considero um filho desse casamento Joaosinho 30 e Rosa Magalhães!

TNVR: E quando foi sua estréia como carnavalesco de fato, seu primeiro trabalho , digamos, solo?

Cid: Meu primeiro trabalho, não como carnavalesco de uma escola, mas o que considero como meu primeiro trabalho solo, foi no carnaval de 1996, na União da Ilha com Chico Espinosa no enredo “A viagem da pintada encantada” (o que falava sobre a galinha d`angola), onde fui responsável pela decoração de todas as alegorias. Foi um momento muito bacana porque me lembro que na época o trabalho foi bastante elogiado. Por conta disso, fui convidado a retornar para a BF, num carnaval assinado por Milton Cunha, e resolvi aceitar porque lá entendi que teria a liberdade para usar minha criatividade. Em 1998, o Milton decidiu dar um novo rumo à sua carreira, e foi então que se formou a Comissão de Carnaval da BF, da qual fui o primeiro a ser convidado até porque eu já estava na escola. Na verdade todo carnavalesco tem sua comissão de carnaval, ninguém faz nada sozinho. A questão da “figura” do carnavalesco é muito relativa. Evidentemente que como todo trabalho em equipe, é necessário um comando, uma pessoa como referência, senão foge ao controle. Naquela comissão, onde permaneci até 2006, cada qual tinha seu papel, e antes da execução, sentava-se, discutiu-se, cada qual dava sua opinião, juntava-se a idéia de todos para que fosse levado para o papel, e posteriormente extraído, com cada um sendo responsável por cada coisa especificamente, mas tudo dentro do consenso entre todos.
Foto: site O Terminal


TNVR: Como foi receber o convite para ser o carnavalesco da Mangueira?

Cid: Meu namoro com a Mangueira é coisa antiga. Sou ariano, não falo mentiras, sou bem verdadeiro heim...(risos). Já estive perto da escola algumas vezes, coisa de receber o telefonema de uma escola de manhã, e receber da Mangueira à tarde, mas sou ético, e quando empenho minha palavra, não tem como voltar atrás. Eu estou realizando um sonho (nesse momento Cid faz uma pausa e meio que viaja em seus pensamentos). Independente de resultado, independente de sucesso ou fracasso, se eu parar depois do desfile da Mangueira, estou satisfeito, porque eu cheguei onde eu queria, esse era o meu sonho, estar aqui , sem me importar se fosse com a escola rica, pobre, deslumbrante, era exatamente isso que eu sempre quis, chegar aqui de manhã, sair só à noite e vou trabalhar até o último minuto, até ver a Mangueira dobrar a curva na Marquês de Sapucaí ( pausa... nesse momento o carnavalesco emociona-se, seus olhos ficam repletos de lágrimas, e sua voz embarga e um silêncio toma conta do nosso bate-papo, não temos palavras para descrever o que foi esse momento).

TNVR: Enquanto te aguardávamos para esse bate-papo, ficou claro o quanto você é participativo e ativo. Vimos você de um lado pra outro, mas uma coisa em especial chamou atenção. Você ao lado de uma alegoria, conversando com alguns operários, e limpando a bancada em volta, organizando tudo, após o término da atividade que eles estavam fazendo ali. Você mesmo pegou, juntou todo o material num canto, pediu pra varrer, depois você mesmo varreu, enfim, uma desconstrução da imagem que se tem do artista, do carnavalesco, que geralmente é tido como estrela ou coisa do gênero que fica apenas coordenando, ou dando ordens. Então é assim que você trabalha, pondo a mão na massa?

Cid: Até bem pouco tempo atrás, vivíamos num país de muita gente passando fome, de muita gente morando embaixo da ponte e o carnavalesco sendo muito bem pago, e mais, pra gastar uma fortuna, então por isso acho que o cara tem que gastar com muita responsabilidade, com muito amor, com muito respeito ao povo desse país, até para que o cidadão, mesmo pobre, que esteja passando pela rua e veja uma televisão ligada passando o desfile de uma escola de samba, olhe aquilo tudo e sinta orgulho daquela beleza, de saber que apesar de tudo o seus país faz o maior espetáculo da Terra. Pra mim isso é fundamental, é responsabilidade com todo esse povo! Além disso, um carnavalesco está mexendo com a paixão de milhares, milhões de torcedores de uma agremiação. Não se pode ter vaidade, a gente tem que ralar, tem que se fazer presente, assim, do jeito que eu estou, de chinelo, com os dedos cheios de cola ressecada. Gosto de mostrar para todos os funcionários que somos iguais, eu faço parte deles e eles fazem parte de mim. Aqui no dia a dia, eu cobro, eu chamo atenção, sou exigente, mas saímos daqui e sentamos ali no barzinho, comemos juntos, bebemos juntos, somos parceiros. Sou assim, mas também cobro que todos tenham a responsabilidade e a consciência que todos fazem parte de uma equipe, e que estamos fazendo algo sério para uma instituição, no caso a Estação Primeira de Mangueira, e que o dinheiro que está sendo investido ali tem que ser gasto com consciência e responsabilidade.
cid_33Sandro Batista, Cid Carvalho e Renato Moço

TNVR: Quando você foi apresentado no Palácio do Samba como novo carnavalesco da escola, você disse que estava vindo para tentar corrigir o que a escola entendia ser falho, e disse também que estava ali para corrigir suas próprias falhas. O que exatamente você tentou passar ao dizer isso diante dos Mangueirenses?

Cid: Fiz questão de deixar bem claro que nunca me vi nem me senti o rei de cocada nenhuma, nem branca, nem preta, nem amarela. Nunca me senti um gênio acima do bem e do mal, nem mesmo quando fui tricampeão por outra escola. Pelo contrário, tenho certeza que a cada dia, e a cada carnaval, a gente sempre aprende. Estou aqui pra isso, pra aprender. Nada de ficar olhando pro próprio umbigo e achando que tudo tá lindo, tá belo e tá perfeito. Não! Todos nós precisamos saber que temos erros e defeitos. Ninguém é perfeito, o que se acha perfeito pra mim é o mais errado de todos! Eu quero viver assim, o tempo todo me corrigindo. Eu vivo com a consciência de que não sou ninguém, sou apenas um instrumento, um marionete de forças muitos superiores a mim, essas sim são supremas, e estou aqui porque essa força assim determinou, estou apenas cumprindo o que me foi determinado por algo muito maior que todos nós.

TNVR: De tantos desfiles, você destacaria algum especificamente?

Cid: Guardo com carinho todos os desfiles , mas um em especial ficará marcado pra sempre que é o “Que chita bacana”, que fiz na Estácio em 2009. Foi inesquecível! Ganhamos todos os prêmios da mídia especializada, éramos apontados como os grandes favoritos para o campeonato do grupo de acesso naquele ano, mas o júri...
Bem aqueles jurados nos deram um 5º lugar. Me lembro que a imprensa presente àquele desfile, quando nossa escola apontou para a armação ali no setor 1, brincava comigo, me perguntando se eu não estava no dia errado, e eu disse que não, aquele trabalho era para aquele público que merece o melhor da gente, não importa que grupo que a escola esteja.

TNVR: Em tempos de carnavais cada vez mais caros, é comum que muitas escolas já venham com enredos prontos, geralmente patrocinados, e claro, o carnavalesco desenvolve da mesma maneira. Mas você tem preferência por algum tipo de enredo, por algum tema específico, ou algum assunto em especial para desenvolvimento de um enredo?

Cid: Falando muito sinceramente, o tema pra mim não é o que importa. O que importa é que ele cumpra a função básica de todo enredo que é levar conhecimento. Acho que as escolas de samba não podem perder sua essência que é mostrar cultura, independente do tema ser patrocinado ou não. A Mangueira por exemplo, que vai para o terceiro ano consecutivo com um enredo autoral, pra mim é uma guerreira, uma sobrevivente, corajosa! Essa trilogia de 2010/2011/2012, adotada pelo Ivo (Meirelles, Presidente da escola), é uma trilogia que tem que se bancar, porque de forma absurda não gera um patrocínio. Como pode um enredo que fala do Cacique de Ramos não gerar um patrocínio? Uma homenagem a alguém do porte de Nelson Cavaquinho não conseguir patrocínio? A música, como pode um enredo que fala sobre a música brasileira não gerar um patrocínio? Chega a ser preocupante. As escolas de samba não podem se distanciar de uma de suas funções principais, que é levar cultura e conhecimento para o povo, isso é uma função social , e penso que deva ser observada por todas as escolas de samba.

TNVR: Nós já vimos você em plena arquibancada, em ensaio técnico, no meio do povo, divertindo-se, de forma bastante natural, bem como ainda sua presença constante nos ensaios da Mangueira, e sempre no meio das pessoas, sem estar em camarotes ou áreas reservadas. Você está sempre “junto e misturado” e claro, sempre bastante assediado. Como é que você consegue conciliar isso, essa privacidade (afinal você está ali para se divertir), com o fato de ser um carnavalesco já famoso e conhecido, que desperta nas pessoas a vontade de se aproximarem, tirar fotos, te assediarem?

Cid: O “carnavalesco” fica aqui dentro do barracão, durante os dias de trabalho. Estou ali para me divertir, para curtir o samba, para estar com meus amigos, para tomar minhas cervejas, para sambar, para extravasar (risos). Quer saber de uma coisa? O povo é muito inteligente, e ai daquele que duvidar da inteligência e da sensibilidade do povo, e talvez por isso, muitos prefiram ficar distantes, porque sabem que o povo não se engana. Eu gosto de povo, e sei que o povo gosta de mim. Gosto de abraçar, de beijar, de tirar fotos, adoro isso , porque sinto que as pessoas gostam de mim porque eu gosto delas. Quando eu sento aqui no barracão junto dos funcionários e almoço com eles, não é porque eu sou hipócrita, nem quero fazer média. Eu sento junto deles ,porque gosto deles, porque eles são os responsáveis por realizar o meu sonho, e por realizar o sonho verde e rosa de materializar um carnaval. Me sinto muito bem na quadra da Mangueira porque me sinto querido ali, e sou muito bem recebido por todos, e isso me deixa feliz, poder estar perto das pessoas e retribuir esse carinho.
cidcarvalho_sandroCid Carvalho e Sandro Batista

TNVR: Nos dias de hoje, com a cidade do samba e com as redes sociais cada vez mais presentes na vida de todos, é comum surgirem comentários , e eles se espalharem muito rapidamente, sobre o que as escolas estão fazendo, e claro, isso recai sobre o carnavalesco. De um modo geral, as fantasias apresentadas geraram comentários positivos, e muito se fala sobre os trabalhos do barracão da escola. Como você encara as críticas, ou os elogios nessa fase do pré-carnaval?

Cid: Novamente vou ser bem honesto... Não dou importância para o que se diz e nem procuro saber. Pré-vestibular, pré-natal, “pré-ocupação” é tudo antes da hora! O que importa é o momento é a coisa acontecendo, a coisa pronta. “Pré-ocupação”: quem fica pré-ocupado precisa procurar uma ocupação. Não se “pré-ocupe”. Ocupe-se em resolver os problemas, porque preocupação não resolve problema de ninguém.

TNVR: Você sempre foi um carnavalesco de muita mídia, sempre presente no noticiário, e esse ano, curiosamente quando está na Mangueira, uma escola que já atrai muita atenção, temos notado que você anda muito quieto (risos)...

Cid: Deixa eu quietinho no meu canto, prefiro assim.. Como diz um velho ditado, “o bom cabrito não berra”...

TNVR: Que mensagem você deixa para toda essa torcida alucinada, apaixonada , da Mangueira?

Cid: Não estou realizando um projeto meu, não estou aqui para realizar um sonho pessoal, meu sonho já está realizado, já estou carnavalesco da Mangueira. Estou aqui para trabalhar, e para realizar o desejo não do Cid, mas o desejo da Mangueira e dessa multidão de apaixonados pela verde e rosa. Só ficarei feliz e totalmente realizado se a Mangueira for campeã em 2012. Aqui não tem fortuna, aqui tem sacrifício, dedicação. Nós todos aqui da equipe já estamos muito cansados e vai ser assim até o último momento, mas eu tenho certeza, que quando misturar tudo que tá sendo feito aqui, com a paixão do povo Mangueirense, no dia do desfile... Segura a Sapucaí!
cidcarvalho_daniel_pinheiroFoto: Daniel Pinheiro

Nota da TNVR: São 30 minutos de gravação, e parece uma eternidade. Muito intenso tudo que foi dito, e que infelizmente não dá pra ser reproduzido com palavras. Gestos , olhares, expressões, brilho nos olhos, nada disso cabe em linhas. A Nação Verde e Rosa que estava feliz com a vinda de Cid Carvalho, hoje está orgulhosa.
Nossos agradecimentos, respeito e admiração a esse ser humano, a esse profissional dedicado. Obrigado por estar materializando não o seu sonho, como bem disse, mas o sonho dessa imensa torcida, a torcida da escola de samba mais querida do planeta! Nós também estamos juntos com você, e vamos fazer a nossa parte com certeza, para tirar esse grito que está na nossa garganta também, vamos juntos atrás desse título!

Fonte: SITE DA NAÇÃO VERDE E ROSA

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