
O carnavalesco Marcus Ferreira, em seu segundo ano na Estácio, conta que a ideia de desenvolver o enredo desta maneira agradou Luma de Oliveira e foi uma forma de driblar o lugar comum visto em algumas homenagens no carnaval carioca.

No início do texto I Give Love, escrito pelo compositor João Bosco em 1987, uma comunidade é conclamada para descer o morro e contemplar Luma de Oliveira na Marquês de Sapucaí. Marcus Ferreira explica que todo o enredo da agremiação do morro de São Carlos é construído em cima do frisson causado pela musa em suas muitas passagens na Avenida e o primeiro setor retrata os primeiros versos do texto:' Atenção, membros morenos, negros, brancos, amarelos, selvagens. Arco-íris de todas as raças, do Grêmio Recreativo Escola de Bambas Unidos do prazer e da Alegria: Luma, vai passar!'.

O segundo setor falará sobre a chegada dos grupos folclóricos carnavalescos no Rio de Janeiro. Para carnavalizar ainda mais o enredo, Marcus Ferreira fará com que figuras famosas do carnaval carioca façam as honras da casa. Nesse contexto, os Clóvis recebem na Avenida Rio Branco o Bumba meu Boi, o Maracatu, os Caboclinhos, os adeptos do Frevo o Boi de Mamão e outros. Neste setor estarão as baianas, que virão vestidas como rainhas do Maracatu.
- No terceiro setor, o ponto de encontro é a Lapa. E o bloco Orunmilá será anfitrião dos demais blocos afros brasileiros. O Ile Ayê, os Filhos de Gandhi, os Timbaleiros marcarão presença no cortejo para ver Luma de Oliveira passar. A bateria virá de Meninos do Olodum e considero a fantasia bem original – diz o carnavalesco.

No quarto setor será a vez de promover o encontro entras as bandas e blocos. O ponto de encontro é a Cinelândia e o Cordão da Bola Preta, como não poderia ser diferente, recepcionará os convidados. O Galo da Madrugada, o bloco paulista de sujos e

- O quinto e último setor é o momento que finalmente todas essas manifestações chegam ao Sambódromo. Vamos fazer uma homenagem também ao mestre Ciça, que esteve ao lado da Luma na Sapucaí durante muitos anos e é amigo dela até hoje. Na verdade é uma homenagem a todos os ritmistas, já que a imagem da Luma está atrelada a eles. Na última alegoria, a Luma virá rodeada de quatro mestres de bateria que fizeram parte da vida dela no carnaval. O grande mestre Ciça, que fez história na Estácio e atualmente está na Grande Rio. Mestre Paulinho, que esteve ao lado dela na Caprichosos e hoje está na Vila Isabel. Mestre Dacopê, ex-diretor de bateria da Tradição. E mestre Nilo Sérgio, que rege até hoje a bateria da Portela, última escola que ela foi rainha de bateria.

- Acho que as pessoas tomaram um susto. Acharam que a nossa linha de desenvolvimento seria uma, mas ela é completamente diferente. Estou bem tranquilo. Mais tranquilo do que no ano passado. O andamento do barracão saiu dentro do planejado e pude ir além daquilo que fiz no último desfile em termos plásticos. Não será um carnaval de luxo, mas um desfile de bom gosto, leve, do jeito que o estaciano gosta. A cada ano que passa vou ganhando mais experiência e creio que estou evoluindo.
Campeão do Grupo Especial em 1992, o Leão espera abocanhar o sétimo título da divisão de acesso à elite do carnaval de sua história. A última vez que isso aconteceu foi no ano de 2006.