
Quem explica a argumentação do tema é o carnavalesco Lane Santana, que pela primeira vez assina um carnaval na Santa Cruz:

O padre brasileiro Landell de Moura e o italiano Guglielmo Marconi serão tema do abre-alas da escola da Zona Oeste. Landell foi o primeiro a fazer uma transmissão via radio, mas Marconi acabou obtendo a patente primeiro. O primeiro setor tem continuidade com a evolução do aparelho, já que a mudança das válvulas para os transistores, o satélite e a introdução das fitas magnéticas vão estar representadas.

- Tivemos medo que isso fosse entendido como um tipo de merchandising pelos julgadores. Só o programa será citado, a marca Radio Globo não – garantiu ele.
O terceiro setor conta o início da carreira de Antonio Carlos. Ele já havia feito vários testes antes de conseguir entrar na radio e seu primeiro programa misturava jazz e MPB.

- Temos aí a chegada do nosso homenageado. Através da figura dele a Santa Cruz homenageia todos os comunicadores e radialistas. É importante frisar que não vamos falar sobre a vida pessoal dele, mas sim a vida profissional, o personagem do radio.

- É um programa líder de audiência no horário e extremamente popular. O radio começa a viver um momento de transição. Com o surgimento da TV, é preciso criar novos atrativos e o programa dele é um exemplo disso. Apesar de todos os outros meios de comunicação, o radio continua sendo um meio muito forte. Antonio Carlos se consolida como despertador do Brasil e o povo já se habituou a ir para o trabalho ouvindo o programa e se informando sobre as condições do trânsito e o que vem acontecendo na cidade. Ele é popular, líder das massas, faz a festa das crianças, tem bloco de carnaval que se encontra com o Bola Preta no sábado de carnaval e o desfecho desse enredo é esse. Vamos chamar o povo para participar dessa grande festa.

- Tinha o costume de acordar às dez, onze horas da manhã e passei a acordar mais cedo para ouvir o programa e conhecê-lo melhor. Pesquisei bastante sobre a vida dele antes de encontrá-lo e a história do radio também, percebi o quanto era rica essa história e vislumbrei a possibilidade de um enredo fabuloso. Expliquei qual era a ideia e ele aprovou na hora. Só me fez um pedido: que não falasse da vida pessoal dele, mas sim do trabalho, que mostre o lado profissional.

- Nos últimos anos a escola não teve a figura central de um carnavalesco. Os enredos já haviam sido escritos pela Rosele Nicolau e estavam sendo desenvolvidos por outras mãos, então não havia uma cabeça central. Carnaval é coletivo, depende todos, mas se não tiver uma amarração bem feita as ideias se perdem. Conversei com o Zezo e ele disse que era importante ter alguém que se aproximasse da escola. Estou buscando fazer isso e percebo uma reciprocidade dos componentes. O próprio Zezo está animadíssimo e faz de tudo para me dar o que eu peço. Será um carnaval grandioso, surpreendente e de bom gosto. Vejo no componente a vontade de bater no peito e dizer que é Santa Cruz, que veio para disputar!
A Verde e Branco da Zona Oeste é a sétima escola a desfilar no sábado de carnaval. No Grupo de Acesso, a Santa Cruz só perde para a Estácio de Sá no número de títulos. O Leão tem seis conquistas, contra cinco dela.